Everson Russo

sábado, 1 de janeiro de 2011

Regina Rosenbaum
“Poeta é um ente que lambe as palavras e depois se alucina.
No osso da fala dos loucos têm lírios”. - Manoel de Barros
De Russo só o sobrenome. É brasileiro, é mineiro, é poeta.Poetas são seres especiais. Diria que possuem certa magia quando escrevem. Não sei nada de poesias nem poemas. Só sinto que os poetas transformam as emoções - vividamente sentidas - em sonetos, versos com as tais métricas ou livres de rimas.


"Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti" Mário Quintana
Tive o deleite de fazer-me amiga e perseguidora há pouco tempo. Não tenho lá muita intimidade, mas também não sou de Drummond, Barros, Pessoa ou Quintana...E nem por isso deixo de amá-los! Everson tem, não seguidores, amigos fãs! Na última terça-feira, solstício de verão, foi numa luz brilhante e cheia o que vi em seu blog. Autorretrato. Muitas outras vezes, pedi emprestado seu poema para enviar para algum amado que, pensava eu, iria degustar daquelas emoções. Poesia nas linhas, desalinhadas ou não, de cantos e prantos. Preciosidades escondidas nas fibras da alma. Não tenho essas palavras para assim “definir” a loucura que sou quando, em versos, sinto os poetas. Nem mesmo para desejar, o que não cabe em meu coração, nesse natal que hoje ele comemora. Ah palavras escassas, faltantes que me escapam... Não poderiam se fazer PRESENTES pelo menos hoje? Já que não aparecem, uso e abuso das do aniversariante:
O poeta não finge


Ele nunca mente
Ele tem uma visão diferente
Vê cores ainda não inventadas
Descobre versos onde não tem rima
Tem uma percepção diferente de mundo
Sofre como qualquer um
E faz disso um mar de emoções
Chora como menino
E cada lágrima vira uma estrela
O poeta deseja com a mesma força
De um vulcão em erupção
Tem medos do mais profundo coração
Desejos que nem a alma explica
O poeta vê numa árvore todo o verão
Decifra do cinza do outono
Todas as dores do coração
Encontra numa simples gota de chuva
Que desesperada rola pela janela
A mais profunda emoção
Num jardim imenso de amor
Ele descobre qual é a mais bela
E a mais perfumada flor
Enxerga nos olhos da menina
Toda dor da ilusão
E oferece água cristalina
Da fonte de amor que nasce no coração
Portanto, nos caminhos da vida
Mente quem diz que o poeta mente
Finge ser feliz quem chama de fingidor
Aquele que nunca consegue
Mas que tenta decifrar os mistérios do amor
O poeta não finte
O poeta não mente
Ele desenha o mundo real
Com a loucura que sente. (Everson Russo)
NATAL FELIZZZZ, mininu-poeta, amado nosso!

P.S. Deixo aqui mais uma vez o meu OBRIAGADA ao Tatto, Xipán Zeca,Peludim amado, artista "phodex" de muitasss artes...Uma delas a amizade generosa que doa para essa Rêzina da Grória de Jacarandá. Foi ele, poeta, que fez essa arte procê!

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